4 mil terceirizados da Refinaria de Cubatão aderem à greve contra o leilão do pré-sal

Somando-se aos petroleiros de todo o Brasil, que estão em greve por tempo indeterminado desde o último dia 16 de outubro, mais de 4 mil trabalhadores terceirizados da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) decidiram cruzar os braços na manhã desta segunda-feira (21/10).

Os dois sentidos da rodovia Cônego Domenico Rangoni foram bloqueados pelos trabalhadores no início da manhã por aproximadamente uma hora, na altura do portão 10 da unidade de refino; logo em seguida, os trabalhadores saíram em passeata pela avenida 9 de julho, uma das principais vias do Centro de Cubatão. A greve, que deve durar o dia todo, é um protesto ao leilão do campo de Libra, na Bacia de Santos, que acontece nesta segunda-feira (21/10), no Rio de Janeiro (RJ).

Com isso, quase 100% do efetivo de empregados da companhia está do lado de fora da unidade. Isso porque petroleiros diretos da RPBC já realizam greve por tempo indeterminado desde a noite de sexta-feira (18/10), quando foi feito às 23h o corte na rendição dos trabalhadores de turno. Desde então, o mesmo grupo de trabalhadores permanece na unidade. Nesta manhã, petroleiros que trabalham em regime administrativo também aderiram ao movimento grevista, encorpando a paralisação.

Também estão em greve outras unidades da companhia na região como os terminais Pilões, em Cubatão, e Alemoa, em Santos. No Litoral Norte, também estão em greve por tempo indeterminado os trabalhadores da UTGCA, em Caraguatatuba, e no Tebar, em São Sebastião. Em alto mar, na Bacia de Santos, os petroleiros embarcados das plataformas de Merluza e Mexilhão também participam dos protestos não emitindo Permissão de Trabalho (PT). Nos prédios administrativos da Petrobrás, em Santos, muitos trabalhadores sequer foram ao trabalho.

Os movimentos sociais de todo o Brasil, e até mesmo ex-diretores da alta cúpula da Petrobras como Ildo Sauer e Guilherme Estrella, apontam o leilão de Libra como a maior privatização da história do país, superior inclusive à desnacionalização de diversas estatais brasileiras – realizada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990.

Mais do que isso, uma das principais críticas dos defensores do cancelamento do leilão é, segundo eles, a contradição do governo Dilma ? eleito com um discurso antiprivatização e responsável, agora, por privatizar aeroportos, portos, rodovias, ferrovias e, mais recentemente, o petróleo.

A estimativa é de que o campo de Libra, a maior descoberta de petróleo já feita no país, tenha uma média de 12 bilhões de barris ? praticamente a mesma quantidade de petróleo descoberta durante 60 anos pela Petrobras. Convertidos em valores, esses barris valeriam R$ 3 trilhões. O consórcio vencedor do primeiro leilão do pré-sal brasileiro deve pagar à União um bônus no valor de R$ 15 bilhões.

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