Os petroleiros entraram no segundo dia de greve por tempo indeterminado. A intenção é pressionar a direção da Petrobrás a apresentar uma contraproposta que atenda a pauta reivindicatória da categoria.
As principais reivindicações são 10% de aumento real no salário-base, melhoria e extensão da AMS para todo o Sistema Petrobrás, revisão do PCAC, o fim da terceirização e a adoção de uma nova política de segurança. Só neste ano, 16 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho.
Nesta quinta-feira (17/11), os trabalhadores fizeram novas concentrações na porta das unidades e, logo em seguida, voltaram para as suas casas. Todas as unidade de terra na região foram afetadas pelo movimento.
LITORAL PAULISTA – Na RPBC, em Cubatão, a adesão foi de 100% do Turno e de 80% do ADM. Em represália ao movimento, a gerência da refinaria cortou o transporte dos grevistas. A justificativa apresentada foi de que a companhia não poderia liberar os ônibus para os trabalhadores, pois a empresa estaria colaborando com o movimento. No entanto, esta é a primeira vez que a RPBC adota esta medida.
Claramente, o objetivo é punir a categoria. Enquanto castiga os trabalhadores que estão exercendo o direito de greve, a empresa libera sem qualquer restrição quantos táxis forem necessários aos ?fura-greve?, inclusive durante a madrugada, para formar os grupos de contingência, uma atitude antissindical que a Petrobrás insiste em manter.
No Terminal Alemoa, repetindo o quadro do primeiro dia de greve, a adesão foi de 100%, atingindo os trabalhadores do Turno, ADM e terceirizados. Desde ontem (16/11), por volta das 16 horas, houve corte de rendição na troca de Turno. Agora, está nas instalações da unidade apenas o grupo de contingência da empresa. O Terminal Alemoa também enfrenta uma greve de petroleiros terceirizados. Desde sexta-feira (11/11), os trabalhadores da empresa TQM reivindicam melhores salários. Em Pilões, a greve ganhou corpo e teve a participação do Turno, ADM e petroleiros terceirizados. A adesão foi de praticamente 100%.
Nas duas unidades da Petrobrás no Litoral Norte ? Tebar (São Sebastião) e UTGCA (Caraguatatuba) ? todos os trabalhadores do Turno participaram da greve. No ADM, cerca de 90% dos empregados aderiram ao movimento. Já em Itanhaém, mais uma vez os diretores do Sindicato estiveram presentes no Aeroporto para debater com os petroleiros embarcados os próximos passos da campanha nas plataformas de Merluza e Mexilhão.
ALAGOAS E SERGIPE – Os petroleiros da base do Sindipetro Alagoas/Sergipe e do Sindipetro Bahia também continuam em greve por tempo indeterminado. Todas as unidades estão sendo afetadas pelo movimento, que já ganha peso nacional e repercussão positiva em outras bases. Prova disso é a possibilidade de antecipação da reunião do Conselho Deliberativo da federação para amanhã (18/11), que está sendo solicitada pelo Sindipetro Bahia com o apoio do Sindipetro-RN. A FUP ainda não respondeu à solicitação.
RIO DE JANEIRO – No estado do Rio de Janeiro, os petroleiros do TEBIG, em Angra dos Reis, também estão em greve. A mobilização contempla o Turno e o ADM. No TABG estão sendo realizados atrasos de duas horas. Nos prédios administrativos, no centro do Rio, foram realizados trancaços de uma hora e meia (entre as 7h e 8h30), onde houve intervenção da Polícia Militar. Segundo o Sindipetro-RJ, serão realizadas no decorrer do dia atividades-surpresa nos prédios administrativos.
SÃO JOSÉ – Em São José dos Campos, desde às 15 horas de ontem (16/11) houve corte de rendição nos grupos de turno. O Sindipetro-SJC está realizando, diariamente, avaliações da greve. No Sindipetro-PA/AM/MA/AP, os trabalhadores estão intensificando os atrasos nas unidades. Nesta quinta-feira (17/11), a entrada dos trabalhadores do prédio administrativo de Manaus foi atrasada em duas horas e meia.