FNP indica rejeição e manutenção da greve para arrancar nova proposta

Diante de uma proposta com avanços tímidos, somada à possibilidade concreta da categoria arrancar muito mais, a FNP indica a rejeição da proposta da Petrobrás para o ACT 2013/2014. Nas bases da FNP, as assembleias para derrotar a proposta da companhia acontecem até 30 de outubro.

Desde 17 de outubro, os petroleiros estão em uma greve por tempo indeterminado que já se apresenta como a maior mobilização da categoria desde 1995. Não é pouca coisa. Por isso, em negociação com a Petrobrás na tarde desta quarta-feira (23/10), a FNP voltou a cobrar uma proposta que contemple, de fato, as demandas dos trabalhadores.

Afinal, a pauta reivindicatória da categoria segue sendo ignorada em suas principais bandeiras, como aumento real no salário base (16,53%); revisão do PCAC; Anistia; reintegração de demitidos políticos; recuperação de perdas salariais; liberações sindicais; AMS para os pais e 100% custeada; fim da tabela congelada, dentre outras.

A FNP exigiu ainda que nenhum dia de greve seja descontado ? incluindo as paralisações e greves realizadas desde julho; que a empresa cancele todo e qualquer interdito proibitório contra os sindicatos; que a AMS para os aposentados da Transpetro e outras subsidiárias seja aplicada a partir da assinatura do ACT e não apenas a partir do 2º semestre de 2014; e que seja garantido, em janeiro de 2014, o adiantamento da primeira parcela de PLR. Entretanto, a empresa ? apoiada agora no indicativo de aceitação da FUP ? segue afirmando que está é a última proposta.

Em todas as bases da FNP os trabalhadores seguem em greve e petroleiros de bases importantes da outra federação estão se enfrentando com suas direções com a rejeição do indicativo de aceitação e a defesa da greve como forma de conquistar um acordo vitorioso, a revogação do Leilão de Libra e a derrubada do PL 4330. No EDIBA, na Bahia, foi assim; no EDISP II e Barueri, no Sindipetro Unificado de São Paulo, foi assim; no aeroporto de Macaé, no Norte Fluminense, foi assim.

Traição histórica
Neste sentido, indicar a aceitação da proposta é uma traição histórica dos governistas que, conscientemente, tentam destruir a disposição de luta dos trabalhadores. Uma traição histórica porque, em primeiro lugar, não está garantido ? como afirma a FUP ? que não haverá punições aos ativistas da greve.

O que a empresa inseriu em sua nova proposta, no item 22, é a seguinte redação:

“Visando a conclusão das negociações, a companhia se compromete a discutir coma FUP e Sindicatos antes de adotar qualquer medida sobre eventuais excessos cometidos durante o movimento ocorrido no período de 16 a 23 de outubro de 2013”.

Evidentemente, esta redação ? cujo documento foi enviado aos sindicatos na manhã desta quarta-feira – não protege a categoria de possíveis punições. Mas a FUP diz que sim, o que para nós é, no mínimo, curioso. Em 2009, a empresa afirmou que não haveria punições e desferiu contra os trabalhadores da Bacia de Campos uma perseguição implacável. Por que este ano seria diferente?

Outro escândalo deste indicativo está no fato de que, às pressas, os sindicatos da FUP iniciaram assembleias-relâmpago sem a consolidação da proposta em forma de redação de ACT. Ou seja, a FUP está indicando a aceitação de uma proposta que pode ser modificada pela empresa – pro bem ou pro mal – com uma ?simples? e ?ingênua? mudança de vírgula ou, como gostam de falar, ?ajuste redacional?.

Muitas bases ainda realizarão suas assembleias, com chances concretas de rejeição. Chamamos todos a reverter a traição da FUP e arrancar uma proposta melhor. Pela força da greve e timidez da proposta da empresa, acreditamos que é possível avançar!

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