Durante o primeiro dia da 12ª Rodada de Licitações de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo, petroleiros, ambientalistas e representantes de movimentos sociais protestaram, na manhã desta quinta (28), em frente ao Hotel Windsor, Barra da Tijuca, local onde acontecia o leilão exclusivo em terra de gás não convencional.

Petroleiros e petroleiras das unidades de Pilar e São Miguel em Alagoas também participaram na manhã desta quinta-feira (28) do ato nacional organizado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) contra a 12ª rodada de licitação de blocos exploratórios de gás e petróleo.
A iniciativa teve como principal objetivo denunciar os graves impactos socioambientais causados pelo método utilizado para extrair o gás de xisto.
Desta vez, o leilão atinge em cheio a bacia de Alagoas e Sergipe. O governo vai entregar 240 blocos do pós-sal da porção terrestre das bacias sedimentares do Brasil, sendo 80 blocos da bacia de AL/SE, equivalente a uma área total de 2.400km2. Como se não bastasse a venda do campo de Libra a preço de banana no valor de R$ 15 bilhões, quando seu valor estimado era de R$ 3 trilhões, o governo do PT continua com o processo acelerado de privatização do petróleo brasileiro e da Petrobrás. Isso é um crime contra o patrimônio do país e uma ameaça a nossa soberania.
A extração do gás de xisto é questionada pelos petroleiros por conta dos riscos e danos que pode gerar ao meio ambiente, principalmente a poluição da água, usada em quantidades colossais na técnica de exploração chamada de fraturamento hidráulico ou simplesmente ?fracking?.
O diretor do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, alertou o quanto essa técnica é agressiva do ponto de vista ambiental já que, para extrair o recurso, é preciso explodir as rochas injetando no subsolo grande quantidade de água, areia e produtos químicos. ?Ao realizar este leilão, o Brasil está dando um passo no escuro. Boa parte dos poços de gás e óleo de xisto estão logo abaixo do aquífero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo. Temos que preservar essa riqueza a todo custo, não podemos colocá-la em risco?, declarou Cancella.
Emanuel Cancella revelou ainda que, por este aquífero também fazer parte do território argentino, paraguaio e uruguaio, vai enviar um documento preparado pelos movimentos sociais às embaixadas desses países alertando sobre os riscos dessa exploração.