Mais uma vez, a gerência da RPBC primou pela omissão de informações e pouco caso em relação a problemas graves na unidade. No último dia 1º de dezembro, domingo, aconteceu um vazamento de benzeno em um furo de uma linha externa na esquina das ruas C com a rua de acesso à ARNO, localizada ao norte da UP (Destilação).
Um petroleiro da URA, que estava trabalhando na área, teve que ser retirado do local devido à exposição. E conforme divulgado pelo SMS, só retornou ao trabalho após a reposição da máscara de filtro combinado. Além disso, outros três trabalhadores foram encaminhados para coleta de urina. O vazamento também teve reflexos sobre o meio ambiente e a comunidade da região, atingindo a rede W5 – que é de água fluvial, despejada no Rio Cubatão.
Nesse tipo de situação, conforme estabelecido pelo NR-20, o Sindicato deveria ter sido notificado, bem como, os órgãos públicos responsáveis, mas nada foi feito. A chefia da unidade permaneceu calada diante de um evento que se tornou perigosamente corriqueiro dentro do Sistema Petrobrás.
A prática do ?silêncio? já se tornou rotina dentro da RPBC. Infelizmente, mesmo com a mudança da gerência do SMS tudo permanece igual. O Sindipetro exige que esse ?velho hábito? acabe de uma vez por todas. Mais ainda, é obrigação da empresa não apenas comunicar o sindicato, mas antes disso evitar que novas ocorrências desse tipo aconteçam.
Outro fato importante ressaltar recai sobre a comunicação interna do vazamento e emanação. Ficou claro para a força de trabalho que a comunicação não foi precisa o suficiente para deixar os trabalhadores devidamente informados e, assim, prevenir uma possível contaminação. Ou seja, nem o padrão para casos de emergências com vazamento foi seguido.
Os constantes boicotes da empresa às CIPAS, aos GTB's e à auto-organização dos trabalhadores na Comissão Nacional Permanente do Benzeno são apenas alguns indicadores do descaso da Petrobrás com um tema que envolve vidas. As denúncias parecem não surtir efeito na companhia cujo slogan é ?Gente é o que inspira a gente?.
Não precisamos reafirmar que a contaminação por benzeno não é problema passageiro e nem corriqueiro. Enquanto a companhia encarar medidas de segurança como obstáculos financeiros à produção a qualquer custo, à lógica do lucro, os trabalhadores continuarão sendo tratadas apenas como números e não como “gente”.