FNP repudia a demissão do ativista sindical, Carlos Augusto

Numa clara atitude de agressão ao direito democrático de expressão e participação sindical, a Embratel demitiu, na última sexta-feira, 10, o engenheiro Carlos Augusto Machado, empregado da empresa há quase 39 anos, ex-dirigente do sindicato da categoria no Rio de Janeiro e representante dos empregados no Conselho Deliberativo do fundo de pensão Telos. O motivo alegado foi uma suposta reestruturação em curso na empresa, que se prepara para a fusão com a Claro, do mesmo grupo econômico da Embratel.

Mas tal reestruturação atingiu, até agora, apenas Carlos Augusto, com histórico profissional respeitado na empresa, poucos meses depois de ter se encerrado seu período de estabilidade sindical. A demissão ocorreu logo após ele ter participado ativamente da última campanha salarial da categoria em dezembro de 2013, posicionando-se contra a proposta da empresa, e de ter contestado na Telos, em janeiro de 2014, o fechamento do Plano de Previdência privada existente desde 1998 e a criação de um novo plano com perdas de vários benefícios para os empregados. Não foram apenas coincidências. Estes foram os verdadeiros motivos da demissão.

Diante desse quadro abusivo o Sindipetro-LP juntamente com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), repudia a atitude da Embratel diante dessa demissão arbitrária. Nossa posição é lutar pela a reintegração desse companheiro que sempre esteve à frente da categoria buscando melhores condições de trabalho.

Lutar não é crime

Num país governado há anos por um presidente vindo do movimento sindical e por uma presidente que participou da luta contra a ditadura, é de se questionar onde ficam os direitos de expressão e manifestação dos trabalhadores. Depois de tantas lutas pelos direitos democráticos, participar de uma assembleia, defender os direitos dos trabalhadores, manifestar-se contra injustiças e más condições de trabalho ainda é considerado como crime ou faltas graves pelas empresas.

Em atitudes como esta da Embratel, fica evidente que a realidade dentro das empresas é muito diferente do discurso de ?valorização dos empregados? que elas tentam propagandear. Nestas horas, se revela que o debate democrático, o direito de expressão e participação sindical dos empregados não é sequer tolerado. Não chegamos ainda a um patamar civilizado de relações de trabalho. Vigora nas empresas um autoritarismo que age para intensificar cada vez mais a exploração, retirar direitos dos empregados e multiplicar os resultados para os acionistas.

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