Nesta semana, o Sindipetro AL/SE distribuiu um boletim especial em referência ao 28 de Abril, Dia Internacional contra doenças, acidentes e mortes por consequência da exploração da força de trabalho. É uma agitação necessária para levantar o debate em torno dessas questões e em memória dos nossos companheiros e companheiras que morreram, vítimas relacionadas ao trabalho.
Os diretores do sindicato circularam pelas áreas da Unidade Operacional de Sergipe e Alagoas levantando essa discussão. Na FAFEN, em ampla maioria, os trabalhadores deliberaram por paralisar o dia todo. Essa decisão é reflexo da revolta diante do número crescente de trabalhadores doentes, acidentados e de mortes recentes de companheiros e companheiras. Tudo consequência do descaso da empresa com as política de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SMS).
As principais vítimas na Petrobrás são terceirizados Os saldos de mortes, amputações e doenças crônicas provam a falência da política de privatização do governo e do modelo de gestão da empresa. Desde janeiro, houveram quatro vítimas fatais de acidentes de trabalho na Petrobrás e dezenas de ocorrências graves em várias unidades da empresa.
Em 2013, o ano fechou com uma série de acidentes em refinarias e unidades de E&P. Só na Bacia de Campos, foram registrados mais de 1.300 acidentes de trabalho. Essa insegurança permanente já causou a morte de 333 trabalhadores nos últimos 21 anos, dos quais 272 eram terceirizados.
Não é acidental O que o governo e a gestão da Petrobrás propõem para reverter esse quadro, afinal são vidas que estão em jogo? A política que vem sendo implementada só aponta para um caminho ainda mais desastroso. O processo acelerado de privatização, casado com o desinvestimento e a ampliação da terceirização, que já representa 80% da mão de obra da companhia, não combinam com saúde e segurança.
Sem qualquer critério técnico, que leve em conta a segurança dos trabalhadores e da unidade, gerentes locais têm reduzido o orçamento das unidades. É assim que cumprem os planos e objetivos do famigerado PROCOP (Programa de Otimização de Custos Operacionais), a custo de vidas. É por essa e outras razões que a direção da Petrobrás resiste em melhorar a política de SMS.
Basta de mortes Só os próprios trabalhadores podem mudar essa realidade. Chega de equipamentos obsoletos, da falta de medidas preventivas, da exposição à produtos químicos e todo tipo de risco que causam mortes anunciadas de trabalhadores em troca do lucro fácil.
Para isso, o caminho é lutar por uma Petrobrás 100% estatal, sem acidentes e sem mortes. Esse enfrentamento passa por dentro das Cipas, da direção do sindicato e, principalmente, das mobilizações dos trabalhadores.
Fonte: Imprensa Sindipetro AL/SE