No último dia 10 de Junho, a empresa apresentou à FNP o seu projeto de reestruturação para o setor de segurança patrimonial da companhia. No entanto, o que foi apresentado nem de longe toca nas principais demandas e anseios dos inspetores de segurança.
Em nenhum momento, embora diga da boca pra fora que é uma das “prioridades” da empresa, foi apresentado um novo plano de cargos e carreira para esses trabalhadores, que até hoje não têm a possibilidade de ser enquadrados como técnicos. Dentro do PCAC, são uma das funções mais desvalorizadas pela companhia.
Pela própria apresentação, concretizada seis meses depois da realizada com a outra federação (que nada falou sobre a grande debilidade do projeto), pudemos atestar que o PROCOP também atingiu em cheio esse setor. Desde a implantação da redução a qualquer custo, os recursos destinados à segurança patrimonial caiu quase pela metade.
Um número preocupante demonstrou que a terceirização ganha de goleada nessa área. No total, existem 949 inspetores de segurança primeirizados no Compartilhado e mais 58 em outras áreas. Trabalhadores terceirizados, com treinamento inadequado, salários menores, menos direitos e condições de trabalho inferiores, são 6.387.
A FNP sempre se posicionou contrária ao aumento da terceirização na empresa e um dos debates que sempre travou é a necessidade de primeirização desse setor. Funções de caráter permanente não podem ser terceirizadas. Aliás, durante a apresentação os dirigentes lembraram aos representantes da empresa a determinação do TCU para que a empresa não terceirizasse atividades-fim. Determinação até hoje ignorada.
Em resposta, a empresa deixou de lado o cinismo e admitiu que a terceirização na segurança patrimonial é uma decisão econômica. “É mais barato”, afirmou o responsável pela apresentação. Além disso, não negou a denúncia da FNP de que a alta rotatividade que vem junto com a terceirização traz insegurança. Pelo contrário, concordou com a declaração dos dirigentes. Em contrapartida, alegou que “nas áreas mais estratégicas, o empregado próprio está lá. De 3 a 4 em média, por grupo?.
Entretanto, sabemos que essa não é a realidade na maioria das unidades e mesmo onde esse número existe é insuficiente.
Ainda sobre o PCAC para esses trabalhadores, após forte crítica a empresa admitiu que o plano atual “não é o mais adequado”. Segundo o responsável pela apresentação, um projeto que trata da mudança no plano de cargo já passou pelo Compartilhado e está tramitando no RH Corporativo, com “mudanças consideráveis”. Mudam consideravelmente. Infelizmente, a apresentação não nos deixa otimistas.