A plenária de conjuntura econômica do país e os reflexos para a Petrobras e as campanhas reivindicatórias dos trabalhadores ocorreu com a presença de representantes de todos os sindicatos da FNP, representantes de centrais sindicais, partidos políticos convidados, FENASP, AEPET. A saudação inicial ao 8º Congresso Nacional da FNP foi realizada pelo companheiro Zé Maria, pelo Sindipetro/RJ. O companheiro Adaeson, pelo Sindipetro/LP, apontou a necessidade de aperfeiçoar as diretorias sindicais. ?Há profissionais excepcionais a favor do sindicalismo para repensarmos o papel da FNP?, analisou.
Pelo Sindipetro/AL/SE, a companheira Gilvany destacou a importância de fortalecer a FNP como instrumentos de todos os trabalhadores que representamos. ?É um desafio estarmos aqui para discutir uma alternativa e mostrando que a classe trabalhadora quando se une conquista vitórias?, opinou. Gilvany também destacou a importância da luta pela Petrobras 100% estatal, exigindo que a eleição para os gestores da Petrobras sejam diretas, a pauta histórica da categoria, o fim da corrupção nos contratos, pelo fim da privatização na Petrobras. A companheira ainda apontou a necessidade da luta contra a homofobia e o machismo, que dividem a classe trabalhadora.
Agnelson, pelo Sindipetro/AM/MA/PA/AP, analisou que, para a grande mídia, os trabalhadores em luta sempre serão vândalos. ?A gente tem agora o momento de dar o nosso recado. Nós temos capacidade de desenvolver todo um projeto para a Petróleo S/A que a grande mídia quer entregar para o grande capital?, detalhou.
Pelo Sindipetro/SJC, o presidente da entidade, José Ademir, saudou todos os delegados que constroem e acreditam na FNP como possibilidade de mudança para a categoria. Ademir analisou o desempenho e a realidade das oposições nas disputas sindicais contra grupos favorecidos pela Petrobras. ?Isso por causa de uma entrega de direitos claro por parte da federação parceira da empresa. O nosso papel é fortalecer o esclarecimento das bases, o apoio às oposições e a luta contra a entrega de direitos?, explicou.
Partindo para as participações dos partidos políticos, Toninho, de São José dos Campos falou pelo PSTU. ?Eu tenho o maior orgulho pela FNP e gostaria de parabenizá-los de romper com a FUP. A responsabilidade de defender a Petrobras é dos trabalhadores porque se depender dos governos eles vão entregar a Petrobras. Já tinha um governo que queria até mudar o nome da empresa para Petrobrax. Defender os petroleiros e a Petrobras é defender o Brasil?, avaliou.
Para o professor Ivan, do PTN, ?nós estamos vivendo um momento único, hoje, na política?. ?O conteúdo programático de todos os partidos é lindo. Nós vemos, hoje, lideranças sérias ligadas ao PT que estão se omitindo das ações do governo. O leilão do pré-sal foi algo impensável?, alertou.
Munhoz, pelo PT, disse que milita em um partido que o permite uma posição contrária em muitas posições. Sobre a questão do petróleo, analisou que ?o Brasil não está isolado no mundo. Os grandes problemas do petróleo não se resolvem sem exército. O Estado continua o mesmo, com as mesmas elites. A justiça burguesa no Brasil é uma vergonha. A minha posição petista-cutista é a de acreditar que a FNP pode ajudar na luta contra essa estrutura?, opinou.
Guilherme, pelo PSOL/Bahia, afirmou que o simples ato de reivindicar, de apontar e criticar com as lutas sindicais, nas ocupações dos sem-terra, é reprimido. ?E essa repressão surge justamente depois das jornadas de junho, que nós não podemos deixar esfriar. Agora a classe trabalhadora naquela jornada continua aí nas ocupações, nas greves, nas reivindicações. Por isso, temos que colocar para a categoria petroleira que toda a classe trabalhadora deve se organizar contra essa repressão?, salientou.
Paulo Brandão, pela FENASPE, esclareceu que a luta da categoria é o que nos une. ?A FENASPE e a FNP são entidades irmãs. São os nossos companheiros da ativa que podem fazer uma greve forte. E nós aposentados podemos dar todo o apoio. E nós estaremos sempre juntos com a FNP?, concluiu.
Ronaldo Tedesco falou pela AEPET. Segundo ele, ?a AEPET congrega não só engenheiros como também cargos de nível técnico com ensino superior. É interessante o pessoal saber que o estatuto da AEPET defende a soberania nacional e o petróleo?. Tedesco explicou que ?é uma confusão quando o governo cumpre a lei e devolve campos de petróleo para a exploração da Petrobras enquanto entregou todos os maiores campos de petróleo. Essa ilusão não pode acontecer. Na medida em que os trabalhadores começarem a se movimentar, nós vamos vencer esta luta?, detalhou.
Partindo para o debate entre os representantes das centrais sindicais, a CSP-Conlutas iniciou a exposição por meio do metroviário Célio, demitido pelo governador Geraldo Alckmin como repressão a uma forte greve da categoria.
O companheiro expôs que ?a partir do governo Lula e Dilma, o movimento sindical sofreu muito. Os petroleiros, os bancários sentiram isso. Em junho do ano passado isso começou a mudar. Quem foi pra rua não era só trabalhador, era muito mais a juventude com os trabalhadores. As centrais estavam com medo de como fazer este movimento. Em outubro, começa a mudar esta situação com a greve dos petroleiros e a privatização do pré-sal. Com a reorganização do movimento, os companheiros garis fizeram uma greve história no meio do Carnaval. A greve do transporte em São Paulo foi muito forte. A greve do metrô foi uma greve que questionava o transporte em São Paulo. Este enfrentamento durante cinco dias de guerra com a polícia jogando bombas de gás foi uma greve atípica. Este ano não teve negociação. Vários dirigentes sindicais e cipeiros foram demitidos. Isso uniu a categoria e houve uma assembleia com dois mil trabalhadores. Em meio a isso, a presidente Dilma ofereceu o exército ao governo paulista para acabar com a greve. Nós só vamos melhorar o nosso país quando o nosso povo estiver na rua. É na rua que nós vamos resolver o problema. O mesmo batalhão de choque que os metroviários enfrentaram em São Paulo, os petroleiros enfrentaram no Rio de Janeiro no leilão do pré-sal. Para nós, só com a reorganização do movimento sindical nós vamos conseguir mudar isso?.
Pela CUT falou Emanuel Cancela, do Sindipetro/RJ. Ele argumentou que ?a questão do petroleiro não é tão simples quanto a gente diz. Ainda tem muita gente boa que marcha com a gente que acha que é possível mudar a FUP por dentro. O que nós vemos, hoje, são centrais sindicais ligadas a partidos, cada partido tem a sua central. A CUT tem uma história de luta, mas nós do RJ nunca nos subtemos a central sindical. A gente não se agarra a CUT. Nós somos filiados a CUT, mas somos independentes da empresa, governo e partidos. Por isso, fizemos o enterro (simbólico) do Gabrielli, da Maria da Graça Foster, fizemos escracho na casa dos dirigentes da companhia e fomos processados por isso. Depois veio a Globo e a Veja atacando o Sindipetro/RJ, mas nós não abaixamos a cabeça. Nós estamos processando a Veja e o Globo pelas calúnias contra o RJ. Essa categoria é poderosa. Quando ela está unida, ela consegue avanços?.
O companheiro Zé Maria, do Sindipetro/RJ, também expôs sobre o tema. Para ele, ?hoje, no próprio RJ, somos minoria, mas continuamos firmes e fortes na linha da independência. Nesta linha, permanecemos fieis a CUT, mas caminhando no sentido de poder dizer tudo o que vem ao encontro aos trabalhadores e trabalhadoras?.