No início da reunião entre FNP e Petrobrás, nesta sexta-feira, os dirigentes sindicais cobraram do RH Corporativo informações precisas sobre o PIDV. Segundo a companhia, se inscreveram no programa um total de 7.631 empregados, sendo que destes 3.037 já foram desligados, com 313 desistências. Petroleiros ainda ativos no sistema, que podem aderir ou desistir do programa, somam 4.281.
A FNP reivindicou a necessidade de uma reunião específica para discutir o tema, uma vez que surgiram por conta do programa uma série de demandas à força de trabalho envolvida direta e indiretamente no processo.
Alguns problemas foram identificados pela FNP. Um deles é a coação que existe sobre os petroleiros que desistem, com processos extremamente burocráticos e constrangedores. Além disso, foi criticada a desvalorização a diversos empregados localizados na classificação E, que poderiam sair em até 36 meses, mas que muitas vezes são dispensados em apenas 2 meses. A informação oficial, de que esses empregados (muitos deles técnicos de segurança, operadores) seriam valorizados, transmitindo seus conhecimentos aos mais novos, não se concretizou. Muitos, com mais de 30 anos de casa, sentem-se apenas números.
Soma-se a isso a indiferença da companhia aos companheiros que se desligaram da empresa meses antes do lançamento do programa. A empresa tinha o dever de comunicar esses empregados que havia, no mínimo, um estudo que visava a criação de um programa de demissão voluntária. Neste sentido, a FNP relembrou que – sob o silêncio condescendente da empresa – um administrador da companhia circulou nos emails internos da empresa um suposto estudo sobre os benefícios de um possível PIDV.
Não seria nenhum exagero afirmar que, desde esse período, a empresa já articulava esse programa. Aliás, na época do lançamento a FNP denunciou que Graça Foster, presidente da companhia, havia negado meses antes – de maneira contundente – qualquer plano de demissão voluntária.