FNP indica rejeição à proposta da Petrobrás para o ACT 2014-2015

Os Sindipetros que compõe a FNP estão organizando assembleias para que seja votada a rejeição ou aceitação da proposta oferecida pela Petrobrás aos petroleiros no último dia 24 de setembro. A proposta é a segunda oferecida pela companhia, sendo que tanto o adiantamento do IPCA como o primeiro acordo sugerido pela empresa foram sumariamente rejeitadas pela categoria.

A Federação Nacional dos Petroleiros indica rejeição às suas bases, porque podemos conseguir mais nesse acordo. Que a FUP é pelega, todo mundo já sabe. Mas não é porque eles estão indicando aprovação que a categoria deve seguir essa orientação. Agora é a hora do trabalhador se fazer ouvir. O ano foi difícil para a categoria. Procop atacando todos os setores da empresa, inclusive tirando do prato ? literalmente – dos colaboradores, que até o cafezinho dos turnos anda perdendo.

Mortes nas unidades, salários rebaixados, aposentados sem poder de compra, assédio moral nas bases, escândalos de corrupção, ?gatas? mandando até em primeirizados e uma série de outras irregularidades apontadas pelos trabalhadores e Sindicatos não devem ser esquecidas neste momento. Para os acionistas e funcionários da cúpula, tudo. Para a maioria dos trabalhadores, vai aí um trocado.

Os números da empresa são excelentes no mercado. Todos os meses são mostrados recordes e altas nas ações da companhia. São números expressivos, alardeado pela mesma imprensa que divulga os possíveis negócios escusos praticados por funcionários do alto escalão da Petrobrás.

A empresa não ofereceu uma proposta razoável para os petroleiros e cabe ao trabalhador decidir em assembleia a resposta ao acordo, que além de ser inferior as reivindicações da categoria, não garante ganhos futuros para a ativa e não contempla os aposentados e pensionistas.

A Petrobrás apresentou aos aposentados o que já havia sido conquistado por eles na justiça, mas mesmo assim não foi respeitado nem pela Petrobrás, muito menos pela Petros. Segue o acordo para os aposentados: ?A companhia envidará todos os esforços necessários junto à Petros para que seja aprovada no seu Conselho Deliberativo a revisão de tais benefícios, relativos à concessão de níveis nos
Acordos Coletivos de Trabalho da Petrobras dos anos de 2004/2005/2006, em conformidade com os parâmetros apresentados pela Petros?, ou seja, mais uma vez a empresa tenta ludibriar os aposentados com as mesmas promessas de campanha de todos os anos.

A decisão de seguir na luta pela efetiva valorização do trabalho com a reposição da inflação baseado no maior índice, ganho real de 5% e produtividade, depende exclusivamente da votação em assembleia. Se a maioria decidir lutar por uma proposta melhor a FNP estará à frente das negociações para exigir melhores números.

Os Sindicatos da FNP representam áreas importantes para a empresa logo, mesmo que as bases da FUP decidam pela aprovação da proposta, podemos negociar com a companhia. Tivemos exemplos de união e força, como quando em 1995, depois de 32 dias de greve, a categoria foi exemplo para o movimento sindical, levantando o debate da importância da liberdade da organização sindical, o direito de greve e a livre negociação. Em 2009 também houve conquistas graças à força da greve dos petroleiros, que conquistaram 15% de aumento na PLR. Poderiam ter conseguido mais avanços, mas por força de atos antissindicais, aos quais a empresa foi punida com multa de R$ 10 milhões ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (Fat) em 2014, a greve acabou sem que fosse negociado o pagamento pelos dias parados.

Os garis do Rio de Janeiro deram uma aula de democracia, ao baterem o pé e recusarem o irrisório reajuste de 9%, acordado unilateralmente pelo sindicato, sem o apoio da base, conquistaram, depois de oito dias de greve em pleno carnaval carioca, demissões, multas e pressão da Justiça ao sindicato, a categoria conseguiu reajuste de 37%. Os trabalhadores também reverteram as demissões arbitrárias feitas durante a greve.

Também no Rio de Janeiro, nesse ano, o Sindicato dos Engenheiros tiveram aumento real de 4,19%, além de outras conquistas como aumento de tickt-alimentação, diminuição de 6% para 3% no salário referente a vale transporte, entre outros.

Companheiro, satisfeito ou insatisfeito com a proposta da empresa, compareça à assembleia. Exerça seu direito de escolha e se posicione agora e tenha, no mínimo, a certeza no futuro de que defendeu seus interesses. A FNP está preparada para lutar pelos petroleiros. Estamos em um ótimo momento para conquistar reivindicações e a classe petroleira é forte por excelência, tanto pelo tesouro que é responsável por extrair, quanto pela importância política e estratégica para o país.

A decisão está na mão da categoria. Há espaço para a luta. Basta de propostas que não contemplam ganho real. A FNP indica a rejeição. Vamos à luta!

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