Graça Foster mantém estado de atenção ao não aceitar ouvir petroleiros aposentados

Os manifestantes que ocupam o edifício sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro (Edise), estão fazendo ?rolezinhos? pelo andar térreo da empresa a cada hora. O protesto também mantém os manifestantes em constante apitaço, sem descanso. Para um grupo e outro começa o barulho. Tudo para tentar se reunir com a presidente da empresa.

Os aposentados e pensionistas querem uma reunião com Graça Foster, presidente da companhia, para negociar um salário base mais justo para a categoria, o cancelamento da devolução do pagamento feito em duplicidade pela Petros e um tratamento mais igualitário para os ex-funcionários e pensionistas, que se sentem discriminados com a forma que são deixados de lado durante os acordos coletivos de trabalho (ACT), todos os anos.

A presidente assumiu uma postura irredutível, desconsiderando a idade dos manifestantes, composta por pessoas com mais de 70 anos. Graça proibiu, inclusive, que colchonetes fossem entregues aos manifestantes, obrigando os mais de oitenta aposentados e pensionistas a dormiram no chão puro, sem proteção contra o gelado do solo.

Pela manhã alguns já sentiam no corpo as consequências do ato. Dores nas costas, nas pernas e gargantas, combinados com o estresse da situação. Para os manifestantes, deixar a empresa sem uma resposta pessoal da presidente, que por mais de uma vez colocou terceiros para ?responder? por ela, sem solução, seria o equivalente às perdas dos últimos 18 anos sem aumento real.

Alguns aposentados vêem no ato a última chance, literalmente, de conquistar direitos perdidos graças às manobras privatistas do administrativo da empresa, que quer deixar de ser responsável pelos apontados para, passo a passo, entregar o tesouro brasileiro para as poderosas big oil ?a preço de Campo de Libra?.

Além dos aposentados e pensionistas, funcionárias grávidas estão passando pelo mesmo estresse e barulho que incomoda a todos, o que pode ser prejudicial aos seus bebês. Durante toda manhã e princípio da tarde os diretores da FNP tentaram negociar com a empresa a entrada de colchonetes, mas nada ficou resolvido até o momento.

Os manifestantes têm direito em protestarem, e prometem não abrir mão disso. Enquanto realizam os protestos o grupo tem recebido, por parte dos funcionários que trabalham no Edise, ofensas e palavras de reprovação pelo ato realizado, sem se darem conta que a luta é também por eles, que um dia irão se aposentar.

Milhares de aposentados morreram sem receber seus direitos, deixando seus dependentes com poucos bens e muitos processos pendentes. Homens e mulheres, com idade de seus avós e pais, que construíram a empresa desde a base até ao que é hoje, tendo que passar por xingamentos e pela humilhação de não serem recebidos pela presidente, que deveria cuidar de seus interesses.

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