Um petroleiro sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau, atingindo o rosto e as mãos, em um acidente grave em Sergipe, na estação de Siriri, SZ1. O acidente ocorreu na tarde desta quarta, 05/11. O nome da vítima é Valdir Meneses de Oliveira, do contrato da Petrobrás com a Conenge.
Valmir estava fazendo a solda em um determinado ponto da estação, com uma cabana montada, coberta com lona, para se proteger do sol. Depois mudou a cabana para fazer a segunda solda em outro ponto, a mais ou menos 5 metros da bomba de transferência de óleo de SZ para Bom Sucesso.
Abaixo da linha onde ele fazia a solda, há outra linha onde passa 20 litros por hora de um produto químico chamado sequestrante de H2S. Quando caiu pingo de solda na linha, por ser de fibra de PVC, ao invés de aço inox, o tubo derreteu. O líquido imediatamente inflamou, o que provocou queimaduras de terceiro grau em uma das mãos e de segundo nos braços, no rosto e nas pernas do trabalhador.
Próximo a ele tinha outro companheiro de trabalho, Josemilton Mota Santos, que também se acidentou. Quando ele foi correr, tropeçou e caiu, mas não teve nada grave, apenas uma escoriação no joelho.
A lona da cabana também pegou fogo. Não é possível ainda afirmar com certeza que o material da lona não era antichama, mas a dedução é muito lógica, já que ela ficou toda derretida.
O primeiro erro já começa pelo fato do tubo dessa linha ser de PVC. Segundo, o tubo deveria ter sido protegido com uma lona antichamas, para impedir que caísse pingo de solda em cima.
Na manhã de quinta-feira (6), o Sindipetro AL/SE se reuniu com o gerente geral. Ele se comprometeu de que agora por diante, qualquer serviço de ar quente vai ter que ter um operador para fazer o acompanhamento das Permissões de Trabalho (PTs) e que elas serão monitoradas conforme o procedimento correto da Análise Preliminar de Perigo (APP).
A APP, por exemplo, exige uma verificação do local a cada hora, “mas isso, nas condições atuais, é humanamente impossível”, afirma Aragão, diretor do Sindipetro AL/SE. O mesmo operador que faz esse trabalho, também está ocupado na área com os outros serviços da sua atividade cotidiana.
O mais grave de tudo é o fato de todos esses procedimentos já fazerem parte das normas de segurança e não serem aplicados. Caso fossem, mais essa fatalidade poderia ter sido evitada. A vida do companheiro Valdir não teria corrido esse risco e hoje ele não estaria hospitalizado com várias queimaduras no corpo e no rosto.
Esse tipo de situação ocorre principalmente diante das exigências para cumprir as metas de produção. Tais procedimentos de segurança desaceleram a execução das operações, porém garantem a segurança do trabalhador. Portanto, o descaso com a segurança é um descaso deliberado pela alta gestão para garantir a máxima produtividade, mesmo que o custo disso seja a vida do peão.
Fonte: Sindipetro-AL/SE – 6/11/14.