A campanha ?O Petróleo Tem que Ser Nosso? retomou suas reuniões plenárias com força total

O foco das discussões das lideranças dos movimentos sociais, presentes à plenária da campanha, foi o combate aos corruptos e corruptores, bem como em defesa da Petrobrás. A campanha convida a todos(as) para o ato na sexta-feira (28), 12h30, em frente a sede da empresa, Centro do Rio

Nesta segunda-feira (24), a campanha ?O Petróleo Tem que Ser Nosso? retomou suas reuniões plenárias (com força total) e definiu uma série de atividades contra os leilões do nosso petróleo e em defesa da Petrobrás 100%, democrática na sua gestão, bem como pela punição exemplar dos corruptos e corruptores.

Durante as falas, os petroleiros e ativistas dos movimentos sociais, lamentaram as últimas notícias em relação à Petrobrás e condenaram os corruptos não só por terem subtraído recursos públicos, mas estarem manchando o nome de uma das mais importantes empresas petrolíferas do mundo e orgulho do povo brasileiro.

O diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Emanuel Cancella, iniciou a reunião e disse que, não obstante às tristes notícias em relação à Petrobrás, pela primeira o Brasil está levando corruptos e corruptores à julgamento e consequente punição.

Lembrou que mesmo com todos esses eventos tristes, a Petrobrás financia 75% dos Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está construindo várias obras, refinarias, nunca foi inadimplente, nunca figurou na lista de sonegadores de Previdência Social,  sempre pagou suas contas em dia. ?Então, nós não podemos misturar as coisas ? os diretores corruptos (que devem ir para cadeira) com a imagem da Petrobrás?, enfatizou.

Cancella destacou, ainda, que diversos eventos escusos ocorridos no Brasil não foram até hoje apurados. Citou alguns, entre eles, que o ex?ministro das Minas e Energia, que também foi presidente da Petrobrás (na ditadura militar), Shigeaki Ueik, lucrava no setor petróleo mesmo ocupando cargo federal; a CPI da Pasta Rosa não foi apurada, bem como a compra de votos na eleição de FHC.

O diretor do Sindipetro-AL/SE e da FNP, Clarckson Nascimento, informou sobre a realização de ato em frente ao Edifício-Sede (Edise) da Petrobrás, nesta sexta-feira (28), às 12h30, no Centro do Rio. O objetivo é defender a Petrobrás e pela punição dos corruptos e corruptores. A proposta de realização desse ato foi aprovada por unanimidade na plenária da campanha, além de outras propostas (abaixo listadas).

Clarckson lembrou, também, que na próxima segunda-feira (1º/12) se realizará Eleições no Sindipetro-Caxias e que a FNP e seus sindicatos apóiam a Chapa 2 ? União na Luta.

Clarckson defendeu que deva haver mais democracia na gestão da Petrobrás, com a participação dos petroleiros na eleição da diretoria executiva, como forma de tornar mais transparente a administração da empresa. Falou que está sendo articulada a realização de conferência nacional em defesa da Petrobrás.

O conselheiro do Clube de Engenharia, Paulo Metri, destacou que, entre os diversos problemas vividos pela Petrobrás, hoje, é resultado também da empresa ter vendidos considerável parcela de suas ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Tal fato tem possibilitado aos EUA tenha ingerência sobre os destinos da empresa (submetida à legislação daquele país), o que agride a soberania do Brasil.

André de Paula, coordenador da FIST, defendeu que a campanha volte às ruas e propôs que se realize um plebiscito pela Petrobrás 100% pública, pela reforma urbana, entre outros temas de interesse social. ?Nós temos que nos unir e botar nossas propostas nas ruas?. A FIST confirmou presença no ato de sexta-feira (28).

Edison Munhoz, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP, disse que todos que estão envolvidos nos atos de corrupção na Petrobrás devem ser punidos. Lembrou também que o problema da corrupção tem envolvido corruptores do setor privado, e que muitos são financiadores de campanhas eleitorais. Disse, também, que este fato não é uma particularidade do Brasil, ocorre em diversos países.

Assim, Munhoz destacou a importância da realização de plebiscito pela reforma política. Sublinhou que deve ser revista a influência de empresas de comunicações concentradas nas mãos de poucas famílias, além de outros grupos de interesse. ?Nós temos uma campanha muito ampla, a defesa do petróleo brasileiro mas também a defesa da democratização dos meios de comunicação no Brasil?.

Nas diversas falas, foi defendida a democratização na gestão da Petrobrás. André Bucka, Caiton Coffy e Brayer Grudka, diretores do Sindipetro-RJ, corroboraram neste sentido.

A diretora do Sindipetro-RJ, Natália, falou da importância da participação das mulheres na campanha em defesa do nosso petróleo, bem como contra a violência sofrida pelas mulheres. Disse também que a luta em defesa do petróleo deve incluir a defesa das pessoas mais oprimidas (mulheres, negros, os que não têm moradia, entre outros). ?Se não ganharmos cada pessoa que está sendo oprimida, não conseguiremos defender nosso petróleo e a Petrobrás?, enfatizou.

No dia 2/12 (terça-feira), às 15h, no Sindipetro-RJ, se realizará a reunião do Comitê Operativo da Campanha ?O Petróleo Tem que Ser Nosso?, que discutirá as propostas tiradas na plenária desta segunda-feira (24) para serem viabilizadas. O Operativo é composto por dois representantes de cada entidade que integra à Campanha.

Propostas aprovadas

? Participação no ato de 28/11 (sexta-feira), às 12h, em frente ao Edifício-Sede da Petrobrás, Centro do Rio de Janeiro;
? Dia 2/12 (terça-feira), às 15h, reunião do Operativo da campanha ?O Petróleo Tem que Ser Nosso?;
? A busca de apoio no Congresso Nacional, para definir um percentual de 80% do óleo/lucro para a União aplicar no Fundo Social do Petróleo;
? Reduzir a tercerização na Petrobrás, que conta com 360 mil trabalhadores, fonte de nepotismo e corrupção;
? Prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores;
? Em defesa da Petrobrás 100% estatal;
? Prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores;
? Abaixo a propaganda privatista da velha direita;
? Em defesa da Petrobrás e seus empregados;
? Pela volta do Monopólio;
? Petrobrás 100% estatal e pública sob controle dos trabalhadores e do povo brasileiro;
? Fim da terceirização;
? Abertura dos livros de todas as empresas;
? Transparência de verdade – acesso a todas as fases e valores dos contratos;
? Investigação rigorosa de todas os desvios e suspeitas, levada a cabo por movimentos sociais independentes;
? Estatização das empreiteiras envolvidas;
? Estabilidade para fiscais de contrato e qualquer trabalhador que denunciar fraudes;
? Proibição de demissão nas empreiteiras envolvidas;
? Eleição dos gerentes pelos trabalhadores do setor. Eleição dos Executivos por Conselho de Representantes dos trabalhadores brasileiros;
? Pela volta do monopólio e reestratização da Petrobrás.

Presentes diversas entidades dos movimentos sociais, entre elas o Sindipetro-RJ, FIST, FNP, CSP-Comlutas, Movimento de Rádios Comunitárias. O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Silvio Sinedino, bem como o conselheiro do Clube de Engenharia, Paulo Metri, prestigiaram a plenária.

Por José Carlos Moutinho (jornalista), pela FNP.

Fotos: Samuel Tosta.

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