EXCLUSIVO: Participação obrigatória da Petrobrás no pré-sal está com dias contados

Não iriam demorar muito a leitura de notícia da natureza da divulgada pelo jornal Valor Econômico, de 11/12, ou seja, que os dias da Petrobrás no pré-sal estão contados. O jornal sustenta que é em função da crise que a empresa está passando. Não é de hoje que os privatistas de plantão e os países hegemônicos (liderados pelos EUA) não veem com bons olhos o regime de partilha no pré-sal, pois querem toda a reserva para si, como no regime de concessão. Assim, para que tal estratégia prevaleça (e a pretensa vitória) nada melhor que ver a Petrobrás debilitada. Se trata de um sinal para os setores progressistas comprometidos com a Petrobrás e o Brasil de organizar defesa contra um eminente ataque ?não mão grande? às nossas reservas estratégicas de petróleo. E é o que já está fazendo a campanha “O Petróleo Tem que Ser Nosso” (Imprensa FNP)

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EXCLUSIVO: Participação obrigatória da Petrobrás no pré-sal está com dias contados

A crise da Petrobrás deve aquecer no Congresso a discussão sobre a exclusividade da Petrobrás na operação dos contratos sob o regime de partilha. Segundo parlamentares ligados à área, essa é uma mudança ?inexorável?, pois a estatal não está mais em condições de entrar em todos os leilões, como é obrigada por lei até mesmo para aquelas áreas em que não tem interesse.

Mesmo com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, setores ligados ao governo defendem que deve ser mantido o foco na exploração do pré-sal, que é prioridade no programa de governo da presidente Dilma Rousseff. Até U$ 45 o barril a exploração da camada é viável economicamente. As fontes não acreditam na mudança do modelo de partilha, que é uma questão dogmática para os governos do PT, mas consideram que a exclusividade da Petrobrás como operador está com os dias contatos.

A mudança pode ser feita por medida provisória, mas há um projeto de lei do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) em tramitação na Câmara dos Deputados. A exclusividade da Petrobrás como operador não constava do texto original da proposta que estabeleceu o sistema de partilha para a exploração do pré-sal. Entrou graças à articulação de um diretor da estatal conhecido por suas convicções nacionalistas, Guilherme Estrela, que deixou a companhia em 2012.

A evolução da crise na Petrobrás é acompanhada de perto pelo Congresso, não apenas pelo envolvimento de deputados e senadores nos esquemas de corrupção desvendados pela operação Lava-Jato. Os gabinetes dos congressistas mais atuante nessa área virou um muro de lamentações das prestadoras de serviços à estatal, que sentem como poucos os efeitos da crise política. Aconselhados por suas diretorias de compliance, os bancos estão mais conservadores na hora de conceder crédito às empresas.

Dias atrás o Banco do Brasil enviou uma correspondência às empresas que atuam no parque naval do Rio de Janeiro informando que não iria mais trabalhar com o produto Fundo de Marinha Mercante. As empresas estão em maus lençóis porque já haviam colocado recursos próprios na frente. Dificilmente as prestadoras de serviços sairão do mesmo tamanho, depois da crise.

Se depender os congressistas aliados que atuam na área da Petrobrás, a presidente Dilma Rousseff muda toda a diretoria da Petrobrás. A falta de iniciativa do comando da estatal só agrava a cada dia a situação.

Fonte: Valor Econômico – 11/12/2014.

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