Em mais de seis horas de reunião, representantes das empresas do Sistema Petrobrás decepcionam com proposta que não valoriza a força de trabalho e ignora seus direitos
Depois de mais de seis horas de reunião no Edifício Senado (Edisen), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) enfim recebeu, ontem (12/09), a primeira proposta das empresas do Sistema Petrobrás (holding, Transpetro, PBIO e TBG) para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023-2024.
“Uma proposta bem aquém, bem longe do razoável. Ela não contempla AMS, não contempla Petros, nem regime de trabalho, tampouco banco de horas, adicionais, reajuste salarial ou plano de cargos e salários, diversidade, nada”, resumiu Adaedson Costa, secretário-geral da FNP.
“A nossa expectativa minimamente não foi alcançada. Talvez a expectativa esteja alta demais, mas o sofrimento também foi alto demais nesses últimos seis anos. Nós seguramos essa empresa, conseguimos evitar a privatização. A gente merece mais e vocês podem mais”, complementou Adaedson ainda durante a mesa de negociação.
Eduardo Henrique, também secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros, acompanhou o tom de decepção, mas ponderou a oportunidade que a proposta rebaixada traz aos petroleiros e petroleiras.
“Está claro que esse copo não está meio cheio, nem meio vazio. Está quebrado”, ironizou. “Essa proposta só serve pra medir a força da categoria, a força com que nós vamos rejeitá-la. A negociação está apenas começando, mas vamos precisar de mobilização”, disse.
“A proposta está super rebaixada, mas também sabemos que não é essa a proposta que a Petrobrás vai trabalhar. É uma técnica de negociação que a empresa vai estender, empurrar pra frente, a gente sabe como funciona”, complementou.
Na reunião, os dirigentes da FNP exigiram que a Petrobrás garanta a ultratividade já nas próximas rodadas de negociação para trazer tranquilidade à força de trabalho.
Da mesma forma que a Petrobrás está propondo a antecipação do reajuste, a Federação Nacional dos Petroleiros também chamou atenção para que ela antecipe a prorrogação do auxílio-maternidade para mães não gestantes, pois temos várias petroleiras nesta condição e não seria razoável aguardar o desfecho do ACT.
BAIXE AQUI A PRIMEIRA PROPOSTA DE ACT DAS EMPRESAS DO SISTEMA PETROBRÁS
Representação sindical na Amazônia
A primeira parte da reunião, no entanto, foi dedicada a tratar da disputa judicial, endossada pela Petrobrás no cumprimento imediato de uma decisão de 1ª instância, em torno do direito à representação sindical no Complexo de Urucu (AM), base legítima e legal do Sindipetro PA/AM/MA/AP.
Os dirigentes foram enfáticos em repudiar a intromissão da Petrobrás em uma questão sensível e de interesse apenas dos trabalhadores, não da empresa. “Pedimos que vocês reanalisem o que fizeram”, solicitou Adaedson.
Próximos passos da campanha reivindicatória
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reúne ainda hoje (13/09) pela manhã com dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) para fazer uma avaliação e balanço comum desta primeira rodada de negociação.
Fique atento ao nosso site e redes sociais para saber sobre os próximos passos da negociação do Acordo Coletivo 2023-2024.
E com o firme propósito de RECONSTRUIR A PETROBRÁS E RECUPERAR DIREITOS.
FNP, A LUTA É PRA VALER!
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